Caos. É a palavra que melhor descreve a situação do transporte público na capital. E desta vez, não somente pela falta de infraestrutura da cidade e dos ônibus que atendem a população, mas pelas consequências da lei Municipal 5.541, de abril deste ano, que proíbe a circulação de dinheiro dentro dos coletivos. De um dia para o outro, os ônibus da cidade, que transitam já sem o cobrador, pararam de aceitar dinheiro, com a justificativa de que o condutor não pode acumular funções.Primeiramente, não há de se negar que, realmente, a função do condutor já lhe confere responsabilidades demais para que o mesmo ainda tenha que receber o dinheiro e ressarcir o troco.
Em capitais como Goiânia e São Paulo, já é comum a utilização compulsória do vale transporte em detrimento do dinheiro. Em Cuiabá, o problema reside no fato de não termos uma infraestrutura de vendas de bilhetes eletrônicos eficaz o bastante para atender mais essa necessidade. Como um exemplo, podemos citar um visitante desavisado, que chega a capital e, por chegar em período noturno, não consegue adquirir o cartão, ficando a mercê da boa vontade dos motoristas, que nem sempre aceitam levar o passageiro que não tem o cartão para pagar.
A falta dos cobradores também é um questionamento a se fazer. Além de trazer o desemprego a esses profissionais, não existe benefício real para a população com essa situação. Existe na verdade o risco. O motorista não tem quase nenhuma visualização da entrada e saída no fundo dos ônibus. Numa situação de lotação (que em Cuiabá, traduz-se por quase 70 pessoas em pé), usuários poderiam ficar presos nas portas, ou, em situação mais extrema, até mesmo chegar a ser arrastados por elas.
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Notícia
Opinião do autor.. Há uma necessidade muito grande de rever conceitos, quando o assunto é mobilidade urbana. Principalmente em Cuiabá, que cresceu sem o devido planejamento. É necessário desde já, um estudo para coordenar a alimentação do VLT, que ficará a cargo dos ônibus. O MP deve fiscalizar a obra, ao invés de tentar, a todo custo, barrar as obras, através de argumentos tão imaturos quanto: "a obra não vai ficar pronta a tempo". O MP, demonstrou desespero, ao tentar retirar Juiz Julier, que liberou as obras, do caso VLT (
Aqui).